A ROSA DO FIM DO MUNDO ( CÂNTICOS PROFÉTICOS )

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Rosa do Fim do Mundo ( cânticos proféticos )


  Pessoa 

  
                  
Drummond
Blake






                                                                                                                                  











A   PROFECIA





Não está morta a poesia,
Nem os cânticos proféticos do futuro.
E na argila donde moldaram nossa carne,
Ainda há o gene da matéria
Menos sórdida, menos bruta.
Acalentaremos o nosso por vir,
Mesmo com essa pouca visão,
Nesta dimensão submetida.
Ofuscarão nossas retinas
A verdade imaculada na vida,
Tornando claro o nosso existir.







segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Chico Mendes

















                             










Chico Mendes





Nasceu a rosa,
A prosa...
A América Latina.
Eram as fontes, intermináveis:
Os ares de querubins
Nos girassóis distraídos
Sedentos pelo sol.


Fizeram da noite
Como se fosse única:
Mataram os botos
Da Amazônia sofrida.
Ensaiaram os dramas,
Esqueceram-se da rosa,
A rosa de Hiroshima.

Inventaram a bomba,
As guerras, morfina.
Maltrataram a terra,
Assassinaram Chico.
Esqueceram-se de outrora:
Prendendo os poetas
Nos porões da tirania.

Reinventaram os risos,
A rosa, a prosa,
A América Latina.
Refizeram os sonhos
Guevara, Allende,
Por que não Mendes,
Simplesmente Chico.

sábado, 5 de setembro de 2009

TRANSFIGURAÇÃO

























Não seremos os mesmos
Depois de a bomba explodir.

Não seremos os mesmos
Depois do amor reprimido,
Do olhar desviado,
Do sorriso forçado,
Do coração cotidianamente
Ferido, amputado.


Não seremos os mesmos
Depois de a bomba explodir.


Do beijo teu negado,
Do abraço teu mal dado,
Perceberás um dia
Que não te levou a nada -
Foi mais um apertar o botão.
Nada foi feito pela paz!
- Deixe estar...

Da carne putrefata,
Do átomo deteriorado,
Do beijo desintegrado,
Brotará o novo
Infinitamente oposto
À cotidiana carnificina.