“A vida não merece a dor
de ser vivida”.
Manuel Bandeira
Num crepúsculo a tarde caía.
Não era luz aquilo que luzia
E nem era tristeza aquilo
Que deverasmente sentia.
No passar dos anos fizemos canções
E no peito um aperto tão bom,
De sentir passar o tempo
Sem nos preocuparmos com a metafísica.
E crer em algo mais.
O que não se pode ver
Ou apalpar com as mãos,
Mas está dentro com o nosso pulsar.
E nem era dor
Aquilo que doía.
Era a vida, era a vida.
A vida.
Estou estarrecido, porém
Continuo lúcido, com areia nos olhos.
Sigo este caminho: já extenuado,
Como já o tivesse conhecido.
Manuel Bandeira
( Desenho de Carlos Drummond )
http://autoreselivros.wordpress.com/2009/09/21/o-traco-do-poeta-desenhos-de-carlos-drummond-de-andrade-1/
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