No meu país
Armas andam ocultas
E, no escuro, certeiras
No poeta da esquina.
No meu país
Soldados juram, cegos,
E defendem uma bandeira
Que vem de longe e oprime.
No meu país
Não há juventude nas ruas
E se tem a brusca sensação
De se estar no estrangeiro.
No meu país
Pessoas sonham sozinhas
E de noite
Assistem à televisão:
O sonho, o poeta, o país
Ficam na mira
Do canhão computadorizado:
Plim! Plim!
MARÍLIA, 1983
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