Minha alma é um lago
Que nenhuma nau singra
E a intenção de onda
Dispersou-se antes da vinga.
Tantas vezes fingi sentir
Fugir dos próprios sentimentos:
Os pensamentos que vem
Sem sentir pena de mim.
Queria eu ser uma nau
A singrar mares sem fim.
Argonauta solitário, a esperar:
Retardando a esmo o meu fim.
Outrora: deverasmente sonhei.
Tornei-me escravo de mim mesmo
E os sonhos, ficaram a esmo,
Sendo talvez, meros devaneios:
Ridículos, tolos pensamentos.
Onde só ficando a certeza:
Aqui só vale a esperteza...
Como este mundo sendo feito
Para calar o teimoso peito:
Longínqua e tênue esperança,
Tornando-se assim em descrença:
Aquilo que deveria ser a mais
Bela caminhada sem nenhuns ais.
Só ficando finalmente o ato:
Acabando de vez o abrupto
Espetáculo do firmamento,
Do contínuo descontentamento.
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