A ROSA DO FIM DO MUNDO ( CÂNTICOS PROFÉTICOS )

segunda-feira, 23 de julho de 2012

ACÁCIA DOURADA



Minas é uma palavra montanhosa
Drummond


A Antônio e Emília Rossetto, meus avós, in memorian.


Extasiante acácia dourada do brejo mineiro,
No chão de minha terra goteja
O suor do povo moreno...
Oh! Imensidão, transbordante do céu,
Enchente, num Big Bang de estrelas.
No barulho do grilo, no mato, cantante traz
O cheiro da terra, num balbuciar de contentamento.
E deitar sob a lua, trazendo pontos distantes
Confundidos como vagalumes da roça
Entre o frescor das ervas, feitos lampejos.
Rememorando os cantos da minha infância,
Tão perto e distante ao mesmo tempo,
Pouco a pouco se esvai e se apaga
Na memória do meu silêncio.



Ode ao desassossego

“Estou na estúpida velocidade
de um cometa”

Francisco Carlos Fernandes


Meras esperanças como sonhei...
Nos labirintos deveras tornei,
Entre esplendorosos campos,
Onde ceifei por vários anos

Sem esperar por quase nada.
Somente a noite estrelada,
Ouviam meus loucos lamentos,
Sussurros de tolos pensamentos.


Não percebia em que no abrupto
Passar de um infinito ato,
Via passando a pouca idade
Num adeus a minha mocidade:

Entorpecendo os sentimentos,
Lapidando descontentamentos:
Não percebe a humanidade
- Como dói sentir a saudade.

















Homenagem à Vicente Cechelero,
poeta: in memorian