A ROSA DO FIM DO MUNDO ( CÂNTICOS PROFÉTICOS )

domingo, 14 de dezembro de 2014

Plim! Plim!








No meu país
Armas andam ocultas
E, no escuro, certeiras
No poeta da esquina.

No meu país
Soldados juram, cegos,
E defendem uma bandeira
Que vem de longe e oprime.

No meu país
Não há juventude nas ruas
E se tem a brusca sensação
De se estar no estrangeiro.

No meu país
Pessoas sonham sozinhas
E de noite
Assistem à televisão:

O sonho, o poeta, o país
Ficam na mira
Do canhão computadorizado:

Plim! Plim!




       MARÍLIA, 1983