A ROSA DO FIM DO MUNDO ( CÂNTICOS PROFÉTICOS )

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

ressoNância








Ressonância





À UNE, de outrora.






Não quero ver o mal
A sacudir a multidão de novo
Para o velho caminho chamuscado
Pelos canhões dos poderosos na noite.

Articulando a miséria do povo,
A cobiça do moço e a escravidão
De nossas tão novas consciências
Tiradas à força da inocência.

Retornemos às ruas
O operário, os estudantes,
Para celebrar a velha lembrança...
De um novo dia a surgir.









Marília, maio de 1982 











imagem retirada da internet:

sábado, 1 de novembro de 2014

metamorfose









Tenho no olhar o passar de mil eras
Já fatigadas de tantas esperas.
E, apesar de tudo isso, tenho todos
Os sonhos de um mundo se eclodindo.

Não se apegar em nada?
Tudo é implacavelmente perecível,
Como num ranger de porta
E ver o abismo escondido.

Eras e eras se consomem
– eras que a vida tem.
Melhor coisa neste mundo
É não gostar de ninguém.

A caminhada que se faz só é injusta,
E abandonado não se apercebe foragido
De sua própria lucidez abstraída
Inventada por um Deus invisível.

Será que este destino é o fim?
Que o homem seja digno do cosmos,
Perpetuando-o e, nesse viajar,
Deixando rastros de estrelas.