A ROSA DO FIM DO MUNDO ( CÂNTICOS PROFÉTICOS )

sexta-feira, 25 de março de 2016

Quarta-feira de cinzas














Feito anjo a morte lhe vestia
Nesse banco de réus suicidas.
Apoteose do sonho lhe cobria,
Como alegorias coloridas.

Mas o medo não brotou. Hoje em dia
Vem de longe, da tarde entristecida,
Sintetizado na noite fria,
Forjando a maldade enfurecida.

Hão de secar as veias do coração
Da criança ainda não renascida.
E nem esta tola milenar oração

Tirá-lo-á da inexorável cruz,
Esculpida invenção da explosão
Da sua própria e infinita luz.




Luis Antonio Rossetto é Registered & Protected Blog Entry


BLG18-JYN7L-19UDR > 2011 > janeiro > PH1PW-E3S4C-UUM82






quinta-feira, 17 de março de 2016

Inspirado em você!








É dever do homem:
Cuidar da terra,
Proteger os bichos,
Manter o azul do céu.

Encontrando a estrada,
A levar o filho,
Sempre ao novo,
Sempre ao belo.

A maldade existe.
Só para quem não quer ver
O mundo nasceu livre
Para a gente se ver.

O sonho antigo
Não é mais uma quimera.
Está em tudo:
Na praça, na lua,
Na cara do povo
Escrevendo a História.


Operários
Somos todos nós.
A razão de tudo
É a gente se ver.

A cidade está grande.
Nosso sorriso em inglês,
Mais distante,
       Eu e você.    









sábado, 12 de março de 2016

ASAS DOS CONDORES


" E a minha voz nascerá de novo,
talvez noutro tempo sem dores,
e nas alturas arderá de novo o meu coração
ardente e estrelado"

Pablo Neruda




Soltem as asas do povo
antes que não mais existam asas,
antes que não mais exista povo.
Deixem-nas à solta
para encontrarem o seu destino.
Deixem-nas ao vento
em busca do infinito:
- A liberdade.

As asas foram feitas pra voar.
Não há grandes asas
para um povo inócuo.
Não há grande povo
com asas frágeis.
O que eles querem
é um povo sem asas:


- Asas dos condores.



Marilia, 1980, em  plena ditadura militar.

domingo, 6 de março de 2016

Lembrança da paz














À Beta quando triste...














Você esqueceu
Os sonhos, as lutas,
A nossa juventude.

A pichar muros
Sem temer metralhadoras,
Para mostrar o coração.
Da esquina... Onde demos
O primeiro beijo
Para mostrar ao mundo
Que o amor existia.

Não lembra?
Como pôde ter esquecido!
Seu barco contracorrente
Nem sequer naufragou.
E, se naufragar, não tenha medo,
As gaivotas mostrarão a terra
E lá construiremos outro.

Nenhuma bomba
Apagará nosso sorriso.
Fugiremos antes
Para aquela estrela,
Onde se reunirão os que sonham.
E lá viveremos nossa juventude.








Maio, 1980  ( Marília )