A ROSA DO FIM DO MUNDO ( CÂNTICOS PROFÉTICOS )

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

FILHO DOS ASTROS...






















Não sou filho do homem
Em todos os planetas.

Sou filho do sol
De todas as constelações.

O germe do trigo
Florescendo sem medo.

Voo livre no horizonte

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A TRAVESSIA





























"Mas como pensar que a intimida
O grito monstruoso do vento ..." ?
Yeates



Os dias vividos não se esmaecem,
ao passar do tempo: como um caminhar
ao relento, deixando marcas no chão.
pisoteadas pelas lembranças,
desaparecidas ao sereno,
no cair do orvalho, subitamente.

Olhares que aquecem minh'alma e
nos lábios que ficaram impregnadas
as minhas esperanças ingênuas:
num arder como um sol
toda manhã e não poder
tocá-lo e sentir toda a sua essência.

Já partiram todas as gentes.
Num porto estelar solitário, estou...
...impunemente a espera de untar
este corpo, sendo que fosse o destino:
a brincar a se esconder dos ventos
- Um suspiro divino inconsciente.


Pictures  by Willian Blake


sábado, 10 de setembro de 2016

Embala-me no teu colo com ternura...














Pictures by

vincent-van-gogh-starry-night (1)










Minha alma anda presa
Neste verso que lhe escrevo.
Este sortilégio passageiro,
Trás o universo num pedaço
Na palma das mãos, faz sentir por inteiro.
Embala-me neste teu colo cosmogênico
No frescor do sentir do eterno:
   Em vão não são as palavras ditas aos ventos
   Aquelas impregnadas por sentimentos,
   Da razão do pensar e emana
   O elemento essencial que somos feitos.


sexta-feira, 25 de março de 2016

Quarta-feira de cinzas














Feito anjo a morte lhe vestia
Nesse banco de réus suicidas.
Apoteose do sonho lhe cobria,
Como alegorias coloridas.

Mas o medo não brotou. Hoje em dia
Vem de longe, da tarde entristecida,
Sintetizado na noite fria,
Forjando a maldade enfurecida.

Hão de secar as veias do coração
Da criança ainda não renascida.
E nem esta tola milenar oração

Tirá-lo-á da inexorável cruz,
Esculpida invenção da explosão
Da sua própria e infinita luz.




Luis Antonio Rossetto é Registered & Protected Blog Entry


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quinta-feira, 17 de março de 2016

Inspirado em você!








É dever do homem:
Cuidar da terra,
Proteger os bichos,
Manter o azul do céu.

Encontrando a estrada,
A levar o filho,
Sempre ao novo,
Sempre ao belo.

A maldade existe.
Só para quem não quer ver
O mundo nasceu livre
Para a gente se ver.

O sonho antigo
Não é mais uma quimera.
Está em tudo:
Na praça, na lua,
Na cara do povo
Escrevendo a História.


Operários
Somos todos nós.
A razão de tudo
É a gente se ver.

A cidade está grande.
Nosso sorriso em inglês,
Mais distante,
       Eu e você.    









sábado, 12 de março de 2016

ASAS DOS CONDORES


" E a minha voz nascerá de novo,
talvez noutro tempo sem dores,
e nas alturas arderá de novo o meu coração
ardente e estrelado"

Pablo Neruda




Soltem as asas do povo
antes que não mais existam asas,
antes que não mais exista povo.
Deixem-nas à solta
para encontrarem o seu destino.
Deixem-nas ao vento
em busca do infinito:
- A liberdade.

As asas foram feitas pra voar.
Não há grandes asas
para um povo inócuo.
Não há grande povo
com asas frágeis.
O que eles querem
é um povo sem asas:


- Asas dos condores.



Marilia, 1980, em  plena ditadura militar.